A primeira encomenda do atelier local, ainda antes de existir como tal. Trata-se da transformação do rés-do-chão de uma pequena casa de férias, de tal forma que um dos seus habitantes, de mobilidade muito reduzida, pudesse continuar a usufruir da mesma. A intervenção foi mínima, tanto nos gestos como nos meios. O pouco que nesta intervenção há de arquitectura resumiu-se ao desenho de dois móveis capazes de compactar no seu perímetro as infraestruturas e demais dispositivos indispensáveis aos novos usos de um espaço que se pretende o mais polivalente possível. Para além destes, suprimiu-se um balcão e reposicionou-se o vão de uma porta, reorganizando assim as possibilidades de circulação no mesmo. Com apenas 20m2, um espaço único funciona agora como cozinha, sala de estar, sala de jantar ou quarto de dormir, conforme o momento do dia e as necessidades de quem o utiliza. O contraplacado de bétula foi escolhido pela sua resistência e pela sua luminosidade. No que ao seu desenho diz respeito, experimentaram-se várias possibilidade de compor as placas, tanto por curiosidade como por indecisão. O carpinteiro sugeriu a ergonomia e a cor dos puxadores, que acabou por servir também de pretexto para pintar um corrimão de acesso ao piso superior. Desde este projecto, a cor, a carpintaria e o desejo de alcançar o máximo de efeito com o mínimo de gestos possível têm acompanhado recorrentemente o trabalho do atelier.