Ancede II

Baião, 2022 , abrigo (protótipo)

Equipa

João Paupério

Maria Rebelo

Fotografia

Francisco Ascensão

Ancede II

Baião, 2022 , abrigo (protótipo)

Poder tornar cada estaleiro num atelier local.

No exterior, as chapas zincadas permitiriam resolver questões de impermeabilização e reflexão solar, enquanto que as suas formas onduladas lhe confeririam profundidade e ritmo. Pelo interior, e em conjunto com a estrutura em madeira, os painéis de cortiça aparente proporcionam isolamento térmico e uma sensação de acolhimento. Nada nesta cabana é supérfluo ou redundante. Em si, esta sobreposição irredutível contém uma perspectiva ecológica possível. Tal como no caso das caravanas, as suas formas resultam de uma ergonomia dos seus usos. Ou seja, sem abdicar de um certo prazer da forma com evidentes repercussões no prazer do uso. A janela seria feita com recurso uma clarabóia ready-made, simplesmente aplicada na vertical. Uma parte da fachada seria móvel para permitir o acesso desde o exterior e, ainda mais importante, para permitir expandir os limites do próprio interior. Porque o estado da economia já tornava o projecto principal de difícil realização, a cabana nunca foi concretizada. Teve o mérito, contudo, de nos fazer perceber o sentido da frase Alison Smithson: o problema “não é que as caravanas sejam má habitação… mas que a maior parte das habitações não tenham sequer a qualidade das caravanas.”